Sobre o Terapeuta

Quem é o terapeuta?
Vou falar um pouco sobre mim e sobre algumas coisas pelas quais passei até me tornar terapeuta com EFT.
Vitor Nunes Alves, conhecido como Vitor Gaúcho; sou alguém que nasceu com uma importante missão, mas só se deu conta disso após muitos desacertos. Filho único de família de classe média alta, apesar da cegueira acometida nos primeiros dias de vida por conta do nascimento prematuro, sempre tive mimos, amor e carinho de sobra. Estudei em colégio particular e nada me faltou. Desde a infância, nutria uma paixão um tanto incomum para uma pessoa que nasceu cega: eu sou fascinado por carros. Carros e motos sempre me chamaram a atenção de uma forma bem acima da média desde os primórdios da minha existência. Minha infância foi cercada de proteção, mimos e, claro, vários carros diferentes pra eu conhecer e cada vez amar mais o universo dos automóveis. Aos 8 anos de idade, uma de minhas tias, tia Kakai, me provou que tudo que eu quisesse fazer me seria possível: ela me levou para dirigir seu Fusca 68 azul na beira da praia. Eu sentei no banco do motorista e, enquanto tia Kakai me ajudava a guiar o volante no banco do carona, eu experimentava a sensação de dirigir um carro sem enxergar absolutamente nada. Foi simplesmente mágico. Eu não cabia em mim de tanta felicidade e hoje, sempre que conto minha história, tia Kakai tem papel de destaque. Daí pra frente minha vida inteira teve como base os carros. Fiz curso de mecânica automotiva, participei de torneio de som automotivo e dirigi muitos e muitos carros diferentes. No entanto, nem tudo eram flores. Eu fui uma pessoa que nunca se aceitou como cega; muitos traumas eu carregava, principalmente com a relação com meu pai que era um tanto conturbada. Mas minha vida seguia; aos olhos dos outros eu era alguém feliz, mas quando eu entrava em contato comigo, o bicho pegava. Aos 27 anos eu tive uma das experiências mais gratificantes e transformadoras da minha vida: conheci a mãe do meu filho. Depois de alguns relacionamentos amorosos felizes que logo fracassavam, conhecer a Dri parecia ser o que eu precisava para ser um homem total e completamente feliz. Um ano depois eu mudei pra cidade dela e nós estávamos morando juntos. Foi certamente a relação amorosa mais linda que tive até agora; no entanto, tudo desmoronou quando eu soube que seria pai. Eu comecei a reproduzir com minha família exatamente o comportamento rude do meu pai que eu tanto abominava. Além disso, uma baita insegurança passou a tomar conta de mim e vozes ecoavam na minha mente dizendo “Teu filho nunca terá orgulho de ter um pai cego, sai daí enquanto é tempo, ele não merece isso.” “Não seja um peso na vida da tua mulher, tu és um estorvo, sai daí diabo.” E eu entrei num perfeito surto psicótico. Decidi sair de casa e… bah! Daí pra frente foram dias muito difíceis. Fui morar sozinho; logo eu que sempre tive pessoas que fizessem as coisas pra mim, decidi morar sozinho e só depois entendi que era pra me punir por tudo de errado que eu estava fazendo. Quando dei por mim, já era tarde, tinha perdido Dri e nosso filho. Dia dos pais de 2015 eu passei comendo kitkat e achocolatado de caixinha no almoço, sozinho, sem ninguém. Comigo estava Suzi, minha companheira amada de quatro patas. Era ela que lambia minhas lágrimas quando o desespero batia, era ela que me puxava com sua patona de Pastor misturado com Vira quando eu estava batendo a cabeça na parede pedindo a Deus que me deixasse morrer de uma vez quando pensava em tudo de errado que eu tinha feito. Minha mãe tentou várias vezes demover-me dessa ideia maluca, mas não teve jeito. Eu queria me destruir. Mamãe vinha pra cá sempre que podia, mas tinha a vida dela no estado vizinho, não podia ficar todo o tempo aqui. Eu cheguei a ir pra perto dela logo que saí de casa, mas um mês depois tomei a decisão de voltar pra cá e morar sozinho. Eu já conhecia a EFT, mas não tinha nem força pra pensar no que limpar, era tanta coisa que era bem mais fácil eu me destruir. Mas, nesse mesmo dia dos pais, tirei concentração não sei de onde e, enquanto caminhava na esteira, comecei a fazer EFT falando simplesmente “Eu nunca quis ser pai”. Daí por diante um turbilhão de coisas começou a surgir. Eu passei a chorar copiosamente e várias e várias lembranças negativas do relacionamento com meu pai me vieram a mente; eu, ainda caminhando, comecei a limpar uma por uma. Minha caminhada que era pra durar 15 minutos porque eu era super sedentário, durou mais de uma hora. Depois que o choro acalmou, saí da esteira e fui tomar banho sentindo uma leveza indescritível. Lembro que no mesmo dia me bateu uma baita vontade de ver José, de me fazer presente na vida do meu filho. Liguei pra mamãe dele no outro dia e fui vê-lo a tarde. Ela estava achando aquilo estranho, mas não impediu e eu sou eternamente grato a ela por isso. Quando cheguei perto dele, coloquei-o em meus braços e, depois de um ano e sete meses, era a primeira vez que eu sentia dentro do meu coração a abençoada sensação de ser pai. A partir daí eu passei a dar muito crédito ao uso correto da EFT e estudei a técnica verdadeiramente. Comecei a ver meu amado José todos os finais de semana e nossa relação era cada vez mais sólida e baseada no amor. José parecia me amar incondicionalmente, mesmo que eu tivesse rejeitado em algum momento, o que me deixava imensamente feliz e grato. Isso verdadeiramente me transformou, mas aí começou outro grande tormento pra mim: a sensação de ter perdido o amor da mãe do meu filho, de ter deixado minha família escorrer por entre meus dedos por pura imaturidade. Passei, ainda bastante dominado pela negatividade, a me punir ainda mais. Comia três, quatro, cinco barras de chocolate por dia e o fato de ter extraído a vesícula há algum tempo não me deixava nem um pouco preocupado. Quanto mais dor no estômago eu sentia, mais eu comia chocolate e repetia pra mim mesmo “Não fizeste tua família sofrer? Agora morre de dor aí sozinho, maldito.” E nada de fazer EFT; entrei numa paranoia de culpa e autodestruição que simplesmente não me deixava usar a técnica. Eu estudava e sabia que poderia mudar minha vida com aquilo, mas a autossabotagem era maior e eu simplesmente não conseguia. Foi no início do ano de 2017 que eu comecei a conseguir trabalhar o autoperdão. Quando decidi tentar, pelo menos tentar, me perdoar, as coisas mudaram pra mim. E aqui está uma dica valiosa: a gente está exatamente onde se põe. Enquanto eu vibrava naquela sensação de que eu merecia me lascar, era exatamente isso que acontecia. Tudo dava errado, bah! Depois de tempos fazendo EFT, entendi que, enquanto eu estava com a mãe do José, dei o meu melhor. Era pouco? Sim, muito pouco, mas era o que eu podia dar. Com tanto lixo emocional guardado, eu fui o melhor que consegui ser. Foi assim que outra grande transformação aconteceu. Me tornei terapeuta de EFT graças a troca de sessões promovidas por um maravilhoso grupo no WhatsApp. Eu nunca imaginei que fosse ter como missão de vida ajudar as pessoas, pois sempre fui alguém bastante egoísta, mas quando comecei a atender e presenciar a melhora das pessoas, senti verdadeiramente um chamado de Deus e passei a trabalhar profissionalmente com a técnica. Finalmente, depois de mais de dois anos de sofrimento e uns 30 anos de amadurecimento, encontrei meu caminho. Lembro que eu muitas vezes perguntava pra Deus por que eu não tinha morrido no meu nascimento conturbado, por que ele não me levava de uma vez pra eu enfim parar de fazer coisas erradas aqui na Terra. Hoje, acho que entendo o motivo. Preciso limpar um turbilhão de negatividade ainda, bah é muita coisa, mas já sou alguém infinitamente melhor, que hoje entende que é passível de erros como qualquer ser humano. Atualmente sou capaz de auxiliar as pessoas no magnífico processo de cura interior e, por isso, sou extremamente grato a Deus. Ah! Queres saber se recuperei minha família? Não; minha relação com meu filho está ótima, mas a mamãe dele não quis mais saber de mim e, sinceramente, acho que ela está muito certa. Anos depois entendi que eu era muito instável e não merecia confiança. Foram tempos difíceis até eu aceitar isso, mas ressignifiquei o que vivemos e ficou a gratidão. Outra dica: jamais entra em uma relação amorosa antes de ressignificar, de verdade, o que passou. Eu entrei em três ou quatro relacionamentos buscando a mãe do meu filho, foi um desastre. Portanto, primeiro cura tua dor, depois terás condições de dar o teu melhor a outra pessoa.
Chega né? Já falei demais. Agradeço a ti que estás lendo isso. Provavelmente o que te trouxe aqui foi a vontade de conhecer mais sobre a EFT. Eu só digo uma coisa: isso funciona de verdade viu; se pra mim que tinha certeza que era um caso perdido funcionou, imagina pra ti? Certamente, se utilizares da forma correta, terás grandes benefícios, tenho certeza disso. Não desiste de ti, pelo amor de Deus.
Baita abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *